domingo, outubro 12, 2008

Direitos, humanos?

Há quase 60 anos foi proclamada a " Declaração dos direitos humanos", 10 de dezembro de 1948... de lá para cá, a sociedade se vê permeada cada dia mais de situações que nos fazem questionar qual sentido da expressão direitos, mais ainda, qual sentido da expressão humano.

Olhamos para o lado de fora do onibus, assistimos um programa de tv, chegamos a nossa casa, caminhamos para escolas e os mais sortudos para universidade, e em toda canto o que nos deparamos é com a falta de HUMANIDADE.

Todos os dias marcas são impressas nos cidadãos de todo globo terrestre, voltando os olhos p/nosso quintal, aqui pertinho do umbigo, vejo minha cidade imersa numa violencia sem igual, entregue a miserabilidade, a falra de oportunidades condizendentes com o que as leis " asseguram". Para quem esses direitos são assegurados?

A quem de fato os artigos expostos na Declaração de Direitos Humanos atinge?

Quem de fato é humano, numa sociedade devorada pelo capitalismo e pelas ações viciantes??/

Volto da 3ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na America do Sul, com a sensação de que muito sofrimento abate-se sobre nosso povo, ao largo de tantos anos, o massacre se faz constante, seja de forma sutil ou seja através das chacinas.

Uma tarde inteira de deleite sobre diversas perpectivas que enfocam os direitos humanos de povos marcados pela exploração, todavia também volto carregada de uma boa energia, ao saber que ações são feitas, ao perceber que em certa medida mais e mais pessoas podem ser atingidas pela vontade de não se calar.

Vivenciei através da arte, a exploração sexual infantil, a esperança de resgate e vida digna, a atuação militante de frutos do mst, a educação como possibilidade de conhecer mais sobre seus direitos, a dificil vida de ser "marginal" na Argentina dos anos 60, a vivencia de boas experiencias e aprendizagens através da ação estetica artistica proveniente dos morros do RJ, entendi que nem todo lixo é desprezivel e que muitas vidas podem ser levadas a frente através do mesmo, indignei-me com Jonas, só mais um, descobri que mesmo na lama brotam flores e que nem sempre seguir na luta pelos seus ideais é facil.

Me satisfiz entre um momento e outro, comendo sozinha, regada de energia uma pizza de carne seca com suco de cajá no Beco da Rosalia, voltei e vi no Deserto Feliz, a historia de uma pernambucana cheia de imaginação, atitude e pouca sorte.

" Ao menos não vivemos em guerra como em outros paises" foi a fala ouvida e que ressou forte, será que não vivemos mesmo em guerra?

Sim...em guerra com nós mesmo...falta HUMANIDADE ele disse...

Entre cenas, frio, casaco emprestado, concentraçao, boas reflexões, e companhia tão somente do desejo de aproveitar bem o sabado, sai da Mostra cheia de sorrisos, caminhando para o ponto de onibus leve, com a mente fervilhando.

Um alô, uma carona de moto, em casa sento e vos escrevo.

E agora é ponto final.

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