Mais um dia no fim de semana, mais uma visita a mostra de cinema, assisti pulqui II e conheci um pouquinho da historia da aviação da Argentina...não foi a maior coisa do mundo...mas segue-se...
Sai...da sala, tomei uma caipirinha, minha amiga Nanda uma long neck, comemos uma pizza, conversamos sobre nossos planos para o proximo periodo e sobre as inquietudes que tem permeado nossa vida no presente, assim como sobre as coisas boas...
Passado isso voltamos a mostra para ver Aborto dos Outros...
Sinopse: é um filme sobre a maternidade em seu ponto limite. A narrativa percorre situações de aborto dentro de hospitais públicos que atendem mulheres vítimas de estupro, interrupções de gestações em casos de má-formação fetal sem possibilidade de sobrevida após o nascimento e abortos clandestinos. O filme mostra os efeitos perversos da criminalização para as mulheres e aponta a necessidade de revisão da lei brasileira.
Me pego pensando...Criminalizar o aborto resolve? As evidências têm demonstrado que a simples proibição do aborto em nada tem contribuído para diminuir sua prática entre as mulheres. Há países com legislações restritivas que apresentam taxas elevadas de aborto entre mulheres em idade reprodutiva. Em contraste, há países que asseguram ampla autonomia da mulher em decidir pelo destino da gravidez, nos quais as taxas de aborto estão entre as mais baixas.
No Brasil, o aborto é considerado crime, com duas exceções: em caso de risco de vida para a mulher e em caso de estupro. Apesar disso, estima-se que no Brasil, são realizados mais de um milhão de abortos ilegais e inseguros a cada ano. As mulheres com piores condições sócio-econômicas e mais vulneráveis são as principais prejudicadas com a lei restritiva em relação ao aborto, que gera um aprofundamento da desigualdade e injustiça social. Tais mortes e seqüelas não têm recebido a devida atenção da sociedade, apesar de grupos de defesa dos direitos das mulheres, profissionais da área da saúde e alguns setores do governo já terem se posicionado sobre a necessidade de debate sobre este grave problema de saúde pública.
Fazendo uma avaliação sobre as cenas assistidas, poderia dizer que no fundo, esse é um documentário sobre a liberdade de se fazer opções e a conseqüência das escolhas. Retrata a realidade sem cortinas, o que mais me chamou atenção, para além das historias especificas, foi o tratamento dado as pacientes e a compreensão dos medicos sobre a importancia do avanço da lei nesse tocante.
Sem dúvida, chama atenção logo a princípio por não tomar uma posição clara em relação ao tema. Embora ao longo do tempo, o filme vá se posicionar a favor da descriminalização do aborto, porém tenta se mostrar ao máximo imparcial, aparentemente deixando que tiremos nossas próprias conclusões.
Sai da sessão, leve... e convicta de que acima de tudo, o filme desnaturaliza a idéia da maternidade, inserindo a discussão no contexto social da mulher brasileira. (…) a afirmação dos meus direitos como pessoa imediatamente exige dos outros que reconheçam minha condição humana fundamental, independentemente de crença ou pertença social, política ou religiosa. Lembrando disso, talvez o maior mérito do filme seja deixar as próprias mulheres falarem. Pois, no Brasil, o debate sobre o aborto é demasiadamente pautado pelos pontos de vista da religião, do Estado, ou da sociedade (por mais abstrato que isso seja); raramente a perspectiva das próprias mulheres é considerada, freqüentemente lhes é tolhida a possibilidade de expressar o que sentem, pensam, desejam; outros falam por elas, em vez delas.
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