Esses dias estou as voltas com a ardua tarefa de escrever um artigo sobre mulher, gênero e as relações com a historiografia...ardua porque são tantas questões possiveis, que é dificil decidir, após muito pensar resolvi articular esses pontos a educação, focando no curso de Pedagogia, selecionei diversos textos que discutem a feminização do magisterio, o gênero e a docência, a trajetoria da mulher na educação.
Muitas ideias vem a mente, mas as tarefas são tantas que as vezes chega a ser dificil definir um tempo e trilhar a escrita, todavia estou adorando a ideia de avançar sobre a problematização da invisibilização a que estamos impostas nós pedagogas dentro de nosso próprio curso, parece que a ideia de nos dessexualizar funcionou muito bem ao longo da história da educação porque em um curso majoritariamente composto por mulheres quase não se problematiza as relações de gênero e a naturalização das desigualdades entre homens e mulheres na sociedade.
Não lembro-me de nenhuma disciplina na graduação que tenha trazido para o debate questões sobre gênero ou o vies politico do ser mulher, nunca discutimos propriamente a condição de trabalho docente e a conjectura em que esta torna-se uma profissão de segunda classe, situação imersa dentro da lógica de desvalorização do que foi instituido como feminino, antes porém dominada pelos homens era posição de prestigio, mais enlouquecedor ainda é saber que pouquissimas colegas se preocupam com isso e que muitas estarão nas suas salas a reproduzir um modelo feminimo oprimido e pseudo- emancipado... pois seguirão construindo em suas salas de aulas papéis sociais de meninos e de meninas forjados na lógica de uma sociedade machista e extremamente carregada de estereotipos a que estiveram submetida.
Qual papel da universidade, dos cursos de formação de professor e dos nossos professores formadores na manutenção da lógica machista da nossa formação???
Qual papel da universidade, dos cursos de formação de professor e dos nossos professores formadores na manutenção da lógica machista da nossa formação???
Quisera eu poder saber que a tal tarefa de formar cidadãos críticos será verdadeiramente cumprida pelos meus e minhas pares, quando muitos(as) sequer o são...que muitos professores pouco nos estimulam a ser.
Voltando ao artigo de Gênero e História, amanhã seguirei lendo os artigos selecionados... hoje descobri o porque do 15 de outubro ter sido instituido como dia do professor... esta é a data de criação de uma lei que diz sobre a educação, uma lei de 1827, a qual dispoe sobre os papeis sociais do professor e da professora e do que compete ao menino e a menina aprender, entre outras coisas consideradas progressistas a epoca. Como diz Voinha...vivendo e aprendendo.
Adorei cursar essa disciplina, me fez pensar e redesenhar muita coisa sobre mim mesma e meu papel enquanto pesquisadora -educadora.
Que delicia ser mulher! Tantas barreiras a superar...inclusive internamente.
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